Apagões dão prejuízos a comércio na região Norte

Maragogi – Interrupções constantes no fornecimento de energia elétrica durante o carnaval acenderam o sinal de alerta entre os consumidores do Litoral Norte do Estado. Adentrando o continente, ainda na parte setentrional, as descargas de problemas se avolumam a cada dia provocando transtornos às populações de Campestre, Jundiá, Novo Lino e Colônia Leopoldina.



Para fechar o circuito, em março um apagão deixou às escuras por dias as cidades de São José da Laje, Ibateguara e parte de União dos Palmares, no Vale do Mundaú. Subestações defasadas, redes precárias e carência de funcionários são apontadas como causas para os blecautes.


O fornecimento de energia em São José da Laje foi interrompido na noite de sexta-feira (18 de março). O comerciante Geraldo de Brito, dono do Supermercado São José, situado à Rua São Paulo, rogou aos céus para que o problema fosse imediatamente resolvido; ligou para o serviço de atendimento ao cliente da Eletrobras Distribuição Alagoas e teve uma péssima notícia: a energia só voltaria na segunda ou terça-feira da outra semana.


Transformadores estão encaixotados

Campestre – O transformador que dobraria a capacidade da subestação de Campestre, a 113 km de Maceió, na Mata Norte do Estado, chegou em dezembro do ano passado, mas se encontra da mesma forma: encaixotado à espera da instalação. Enquanto isso, os consumidores da região sofrem com apagões e interrupções sequenciadas no fornecimento de energia elétrica que vêm causando o arruinamento de aparelhos elétricos e eletroeletrônicos diversos na cidade sede, em Jundiá, Colônia Leopoldina e Novo Lino, municípios atendidos pela aquela subestação.

“Pelo que sei, o transformador custou R$ 1,5 milhão e veio de Santa Catarina para dobrar a potência da subestação de Campestre, que já não suporta a demanda de toda a região. Além dessas cidades alagoanas, ela ainda atende os povoados pernambucanos de Campos Frios, em Xexéu, e de Santa Terezinha, em Água Preta”, relatou o radialista Antônio Buarque de Lima Júnior.


Litoral também sofre com blecautes

Maragogi – O Litoral Norte é uma das regiões que mais crescem economicamente no Estado. A indústria hoteleira alavanca esse desenvolvimento com os seus mais de quatro mil leitos disponíveis e 16 mil empregos diretos e indiretos, fazendo da Costa dos Corais o segundo maior destino de Alagoas.

Todo esse colosso, no entanto, precisa de energia – e de qualidade – para se manter e prosperar. O fornecimento energético se apresenta, entretanto, como obstáculo, em meio a outros gargalos estruturais que atravancam o progresso regional. Os empresários que têm condições financeiras estão investindo na compra de geradores, mas esses equipamentos também sofrem com as instabilidades elétricas.


Equipamento não será instalado em Campestre

Maragogi – A Eletrobras Distribuição Alagoas informou ter adquirido o transformador para atender a uma demanda de energia solicitada pela companhia energética de Pernambuco (Celpe), porém essa demanda diminuiu e não mais se faz necessária a instalação do equipamento. Com isso, o transformador passou a fazer parte da reserva técnica da Eletrobras e só será instalado após a verificação da necessidade.


“Atualmente, não se faz necessária a instalação por que a demanda de energia da subestação é muito menor do que a capacidade do transformador instalado no local. Ou seja, ele está trabalhando com folga”, esclareceu a Eletrobras por meio de nota.


Para melhorar o fornecimento na região, a Eletrobras anunciou que vai construir uma nova linha de transmissão ligando as cidades de Porto Calvo e Campestre. “Esse novo ponto de suprimento dará mais confiabilidade ao sistema, pois ao registrar algum problema na linha existente, a Eletrobras poderá utilizar a nova linha para suprir as cidades, enquanto faz os reparos na linha atual”.


Na Rota Ecológica, mais problemas no fornecimento


São Miguel dos Milagres – A deficiência energética também atinge a Rota Ecológica, destino incrustado na Costa dos Corais, formado por lindas praias e pousadas requintadas, cujas diárias chegam a ultrapassar R$ 1 mil. E há quem pague por todo esse luxo! Agora imagine arcar com uma tarifa dessas e ficar no escuro a noite inteira. Para garantir o conforto dos hóspedes, Nilo Burgarelli investiu, há cinco anos, R$ 90 mil na compra do gerador e não se arrepende.

Durante o carnaval, ele gastou R$ 2 mil na compra de óleo diesel para manter em funcionamento o gerador e evitar dores de cabeça. “Mantive o equipamento ligado todos os dias das 17 às 4 horas da manhã porque a carga de fora não era suficiente. Não posso deixar o meu hospede sem energia, no escuro”, argumentou Nilo, proprietário da Pousada do Toque, em São Miguel dos Milagres. Quem não tem recursos financeiros para comprar um gerador, sofre com a deficiência energética que aflige a região.

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